O Luxemburgo e o Cristianismo
O condado do Luxemburgo, que nasceu no séc. X, entre a Meuse e a Mosela, tornou-se Ducado do Saint-Empire em 1354, sob o comando do imperador Carlos IV, da casa real do Luxemburgo, foi integrado no ducado de Borgonha em 1443 por Espanha (1506-1714), depois por França (1684-97) e pela Áustria (1714-95). Por altura da Revolução Francesa, o Luxemburgo era considerado como mais um departamento francês, o «Département des Forêts» (das florestas), mas em 1815 o território passa a ser um grão-ducado, propriedade do Rei dos Países Baixos. Depois de três desmembramentos (1659, 1815, 1839), o território recebe a sua superficie actual e torna-se num estado autónomo no séc. XIX, com uma dinastia própria desde 1890 (a casa de Nassau-Weilbourg). Membro fundador da UE, o Luxemburgo é uma das capitais europeias onde têm sede algumas instituições internacionais.
Cristianizado desde o séc. IV a partir de Trier, capital romana cristã, a região foi coberta por grandes paróquias, durante a fase de consolidação no séc VI e VII, e que assistiu à chegada de Saint Willibrord (658-739), missionário anglo-saxónico que se instala Echternach, onde funda uma abadia beneditina com grande expressão cultural. O Luxemburgo, marcado por uma forte presença de ordens religiosas medievais e modernas (Jesuítas), escolhe Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos («Consolatrice des Affligés»,em francês) como padroeira da cidade (em 1666), e do país (em 1678) - uma devoção nacional que ainda hoje se venera com a anual «Octave» mariana, que tem lugar sempre depois da Páscoa. A diocese criada em 1870 foi erigida arquidiocese em 1988 por João Paulo II.
A Igreja Católica, tal como as outras comunidades religiosas convencionadas com o Estado, goza da protecção de culto. O catolicismo continua a ser a religião maioritária dos habitantes locais e estrangeiros (mais de um terço). Depois do Vaticano II e do IV sínodo diocesano (1972-81) a diocese criou serviços eclesiásticos para a pastoral familiar, inter-comunitária, para o mundo de trabalho e para os jovens.
Enquanto o número de padres (hoje menos de 200), de religiosos (90) e de religiosas (560) tem vindo a diminuir, o número de agentes da pastoral e de professores de religião tem-se mantido estável (mais de 300). As 274 paróquias estão actualmente reagrupadas em 60 comunidades pastorais.